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Importância da Preservação das Florestas e sua Diversidade

Hoje é dia de festa na floresta! É dia do Curupira, que segundo as lendas do folclore brasileiro, o Curupira é uma espécie de duende, com olhos e cabelo cor-de-fogo, que se esconde na floresta e costuma pregar peças em quem entra na mata com a intenção de destruí-la ou de caçar seus animais. Também foi o dia 17 de julho, escolhido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), como o Dia de Proteção às Florestas, com o objetivo de conscientizar a população sobre a necessidade de preservação das florestas. Mas será que podemos festejar esta data nos dias atuais? Com certeza não, pois nos últimos dias acompanhamos vários meios de comunicação, chamando atenção para uma iminente crise energética, crise essa que pode ser consequência da forma como o ser humano vem tratando as florestas. As florestas são definidas e conceituadas de diferentes pontos de vista, entre as definições mais aceitas destaca-se, as florestas podem ser definidas como um ecossistema composto por árvores junto com uma variedade de formas de diversidade biológica, como por exemplo animais e microrganismos, cada um com seu papel especifico. Todos os elementos relacionados à floresta, seja o clima, o solo, a fauna ou a flora, estão fortemente interligados, tanto que não podemos considerar nenhum deles como o principal. Todos contribuem para a manutenção do equilíbrio da floresta, e a ausência de qualquer um deles é suficiente para desarranjar o ecossistema. As florestas globais variam de florestas tropicais densas e altamente diversificadas à florestas subárticas de baixa diversidade, como por exemplo a Taiga do Canadá, caracterizada predomínio de pinheiros. Temos aqui no Brasil a Floresta Amazônica, que é considerada a maior floresta tropical do mundo, situando-se na região norte do nosso país interligando-se com vários países da América do Sul. Entre vários aspectos, essa majestosa floresta se destaca por sua grande riqueza em diversidade biológica, considerada como aquela que apresenta a maior diversidade de espécies do mundo, muitas delas ainda nem descritas. Sejam elas as florestas boreais, as florestas temperadas ou as florestas tropicais, cada uma delas consiste em uma variedade de ecossistemas florestais e são absolutamente necessárias, pois fornecem uma ampla variedade de serviços ecossistêmicos que afetam direta e indiretamente o bem-estar, a saúde, a subsistência e a sobrevivência humana. De acordo com sua função os serviços ecossistêmicos podem ser classificados em 4 categorias, representadas na imagem abaixo:
preservacao de floresta
Fonte: Embrapa
Devemos salientar que serviços ecossistêmicos não são obtidos exclusivamente de florestas naturais. Muitos deles também podem ser obtidos pelas florestas plantadas. Os serviços da floresta refletem a sua importância em âmbito ecológico, econômico e social. A perda das florestas pode trazer impactos negativos aos serviços prestados por ela. Como por exemplo os possíveis impactos do desmatamento da floresta Amazônica. O cientista em climatologia, Carlos Nobre, especializado em efeitos das mudanças climáticas na Amazônia, numa entrevista recente à imprensa internacional, destaca as consequências do desmatamento. O pesquisador explica que a Floresta funciona como um sistema de refrigeração. Uma árvore robusta, com seus 20 metros de copa, bombeia por volta de 1.100 litros de água para a atmosfera em um único dia. Essas massas de ar advindas do vapor da transpiração da floresta, os chamados “rios voadores”, transportam umidade da região Amazônica para as regiões centro e sul do Brasil e também para países vizinhos. Consequentemente, com menos árvores na floresta, há menos umidade no ar, o que por sua vez, resulta em seca. E assim, em virtude dessa sucessão de fatos, uma consequente crise energética poderá ocorrer, uma vez que grande parte da energia usada no Brasil vem do aproveitamento das águas de rios. Por isso, atualmente, os cientistas destacam a importância de projetos que parem o desmatamento na Amazônia e outras florestas brasileiras, como Mata Atlântica e Pantanal, e invistam em um novo modelo econômico sustentável. Diversas abordagens têm surgido nos últimos tempos a fim de tornar a agricultura mais sustentável, mais produtiva e menos impactante para áreas de florestas, com objetivo de aumentar a conservação ambiental e o uso sustentável dos recursos naturais. Acredito que devemos refletir e incentivar futuras mudanças nas tomadas de decisões humanas sobre a conservação e o desenvolvimento sustentável da floresta. Como sabemos, o desmatamento é algo muito grave no Brasil. Decidimos aproveitar este texto e divulgar a imagem do monitoramento do INPE, que pode ser visto no link abaixo. Acompanhe, veja o avanço do desmatamento de maneira imparcial e cobre os responsáveis! Todos nós podemos fazer um pouco mais pelo meio ambiente!

Sobre a Autora: Lucimar Barbosa da Motta

Bióloga e Doutora em Botânica pela Universidade de São Paulo

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