Energia no Mundo
O ano é 2020. Com certeza, o ano mais estranho e difícil na vida recente da humanidade, desde os problemas enfrentados pela pandemia de gripe espanhola, em 1918, e a segunda guerra mundial que terminou em 1945. Um ano cheio de mudanças de hábitos que deverão fazer parte do nosso cotidiano por um bom tempo e que permitiu enxergarmos melhor a realidade da conectividade mundial. Tudo no mundo está interligado de alguma forma, da soja e do açúcar que exportamos até os chips de celular que importamos, juntamente com todos os aparatos eletrônicos que trazemos do outro lado do mundo para cá.
Entre 1973 e 2018, vimos a oferta interna de energia no mundo saltar 132% e representar 14.175 Mtep (Tonelada equivalente de petróleo). Obviamente, o aumento populacional, da atividade industrial, do consumo de alimentos, bem como a procura por conforto do ser humano e a velocidade desenfreada do mundo digital influenciaram diretamente o consumo energético no mundo.
A tabela abaixo, extraída do documento Resenha Energética Brasileira – Exercício de 2018 – Edição de 2019, de autoria do MME – Ministério de Minas e Energia, mostra a participação de cada uma das fontes energéticas utilizadas no Brasil, OCDE e mundo.
O intuito deste texto é mostrar como todos nós enquanto utilizadores dos recursos naturais do planeta Terra, precisaremos nos conscientizar sobre o uso da energia que consome recursos não renováveis. Em 45 anos enxergamos um avanço em nível mundial de apenas 1,8% pontos percentuais na utilização de energias renováveis. O mundo como conhecemos foi capaz apenas de sair de 12,5% da oferta de energia renovável para um tímido 14,3%. A expansão da indústria chinesa, movida a carvão e óleo, aliada ao avanço industrial dos Estados Unidos, que sempre foram francos consumidores de fontes fósseis, são dois símbolos desta tímida e insuficiente mudança ocorrida no cenário mundial de oferta interna de energia.
O fato da OCDE reduzir pelo menos 17% no consumo de petróleo e derivados em sua matriz nos mesmos 45 anos ilustra muito bem o esforço na mudança de hábitos da população e do mercado nesta parte do mundo, com forte pressão sobre o preço do petróleo no mercado internacional.
Como estamos no Brasil, em minhas publicações seguintes pretendo dar ênfase cada vez mais à realidade de nosso país na utilização de energias renováveis, seja para a geração de energia elétrica ou térmica. E para você, leitor, deixo a seguinte questão:
– Quanto você é responsável pelo consumo de 56,5% de energia oriunda de fontes não renováveis no Brasil? Já parou para pensar o que você tem feito e onde poderia ajudar?
Gráfico ilustrativo sobre o percentual de energia renovável e não renovável no Brasil e no mundo.
Obrigado por sua leitura! Nossa intenção com estas publicações é conscientizar cada vez mais brasileiros de que nosso país é o celeiro da energia renovável no mundo e podemos ser um espelho para todas as outras nações. Temos que unir esforços para a mudança de hábito sempre na busca por ações que gerem cada vez menos impacto em nosso planeta!
Sobre o Autor: Carlos Eduardo Oliveira
Engenheiro Mecânico - Diretor da Renova Consultoria e Consultor especializado em energia renovável e eficiência energética